segunda-feira, 5 de março de 2012

Em nome do pai

O pai, filho de imigrantes italianos, terceiro filho, depois de duas irmãs mais velhas, mais um irmão e uma irmã, num total de cinco. A nona, separada do marido e não aquentando a exploração do campo, juntou sua prole e fugiu para a cidade grande, indo morar em um “cortiço” (habitação coletiva das classes mais pobres) num bairro tipicamente itálico. Sendo o bambino, que muito cedo aprendeu na bebida alcoólica a fuga para espantar a fome, ao chegar à cidade desmaiou entorpecido de fome, de medo e de ansiedade, sensações esquecidas momentaneamente ao ficar contemplando, com seus olhos extremamente azuis, a altura dos prédios. Menino com os seus quase 14 anos e ainda na lembrança, que ele e seus irmãos deixaram para traz, o cabo da enxada e a caderneta de dívidas.
Já sabia ler, pois tinha estudado até o terceiro ano primário, sendo suficiente para arrumar um emprego de ajudante em uma oficina de pintura de carro, profissão esta que exerceu até o fim da vida.

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