domingo, 28 de fevereiro de 2010

A BATERIA

A crônica a seguir quem contou foi o meu mais recente amigo João.
Antes de começar a propriamente dita, preciso contar quem é o João.
Imagina o Jõ Soares a 30 anos atrás com aquele sotaque gostoso do interior – esse é o João.
1.º dia da aula de criatividade na FUNDAP, só fera, e esse...(não quero ofender nenhum animal) que escreve essas linhas, no meio deles. Chega o João com a simplicidade de que lhe é peculiar – pensei – pelo menos alguém igual a mim. Leigo engano, funcionário da Secretaria de Transportes e professor de informática. Ainda bem, pois me ajudou muito. Quando soube que escrevia crônicas, fez questão de contar a sua.
Portanto, João abaixo vai a sua história, espero que você gosta e se manifesta, um abraço.


A BATERIA

João, guando jovem e como a maioria dos adolescentes, sonhava em montar um conjunto musical. Com dificuldade comprou uma bateria (não de cozinha, musical, claro), juntou alguns amigos e começou a ensaiar. Tinha um trabalhão, pois desmontava a dita cuja, colocava na Brasília (não sei se era amarela) de sua mãe, depois de vários quilômetros, montava-a, ensaiava e o mesmo sacrifício para ir embora.
Depois de um ano, o conjunto bem ensaiado guando João percebeu que só sabiam tocar uma canção. Aí fez o seguinte cálculo: um ano = uma musica, precisavam de, pelo menos, 10 melodias para começarem a se apresentarem, portanto 10 músicas = 10 anos. Desistiu, pegou a bateria e a esqueceu em cima do guarda-roupa.
Algum tempo depois, um amigo de seu irmão (que vamos chamar de Zezito, filho de Dona Candinha) entusiasmado com a bateria, interessou em comprá-la. Perguntado se queria vender, João, para se livrar daquele estorvo e como era amigo de seu irmão, pediu um preço simbólico, 20 reais, isso mesmo, vintão.
Zezito correu, pegou um cheque com sua mãe com a seguinte recomendação:
- Para depositar o cheque dali a 30 dias.
Qual foi sua reação... poxa, estava dando a bateria pela bagatela de vinte reais, teria que receber em forma de cheque e ainda depositar depois de 30 dias!
É lógico que desistiu do grande negócio em questão, colocou a dita cuja de volta em cima do guarda-roupa e ponto.
Passado algum tempo, João que já estava noivo, resolveu se enforcar, isto é, casar. No dia do casório, nosso herói pediu para o Tónho (esse é o nome que iremos dar a esse personagem) tocar uma determinada música que adorava (João, peço desculpas, mas não me lembro do nome). Tonho fez uma brincadeira, disse que não sabia, porém no momento exato tocou a melodia deixando-o emocionado.
Casado, foi morar em outro lugar e, periodicamente, visitava sua mãe, sendo que em uma dessas vezes ela reclamou daquela bateria, pois ocupava muito espaço. Foi aí que João se lembrou do amigo Tónho, lembra, que fez a gentileza de tocar a sua música preferida no casório?
Ligou para ele e ofereceu, gratuitamente, a bateria, naturalmente o amigo gostou do presentão e o nosso personagem se livrou do incomodo.
O tempo foi passando, e um dia nosso amigo encontra com Tónho, pergunta sobre a bateria.
Incomodado, Tónho contou que estava precisando capitalizar-se (ou seja, de dinheiro) então a vendeu. João perguntou se tinha conseguido um bom preço sendo informado que vendeu por 800 reais no “Kech” (em dinheiro e no ato).
João ficou contente e perguntou se conhecia a pessoa que tinha comprado a bateria.
-Ah, foi o Zezito filho da Dona Candinha!

Dá para escutar o barulho do tombo do João.

ABRAÇOS

ABRAÇOS

Um abraço para a turma de pós-graduação da Universidade Nove de Julho, em especial aos das Políticas Públicas.
“A Uninove é dez” (quem sabe me contratam como professor)

Outro abraço para o pessoal da FUNDAP, principalmente ao mestre Álvaro Gregório que, com calma, sabedoria e conhecimento sabe administrar as aulas de criatividade.

E, por último, um abraço para os meus amigos do DAEE, principalmente aos do Parque Ecológico do Tietê

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O Chefe

O Chefe estava percebendo que os patos daquele determinado Parque estavam sumindo dos lagos. Imaginou que os culpados poderiam ser a galera do alojamento, e deu um aviso expresso:
- Quem for pego praticando o ato será punido de acordo com o rigor da lei!
Sexta feira a tarde, quando todos estavam preparados para irem embora, foram avisados que deveriam trabalhar até o meio dia do sábados.
Chateados, saíram para os botecos da região. Só tinham dinheiro para alguma água-que-gato-não-bebe.
As 5 da matina voltavam para o alojamento com uma baita fome e, ao passarem pelo lago já agarraram um pato e o degolaram.
Logo em seguida perceberam que o carro do chefe estava no estacionamento e eles com aquele pato escorrendo sangue.
Correram para os barracos, arrumaram uma corda, amarraram os pés do pato, jogaram a corda para cima de um galho de uma árvore e puxaram o palmípede.
Quase não deu tempo, pois o chefe, que já havia visto o rastro do sangue, veio para cima da peãozada.
Enfileirou-os lateralmente e começou a berrar, sendo que cada vez que gritava, o seu rosto ficava mais manchado de vermelho, e todos olhavam e abaixavam a cabeça com um sorriso que não dava para disfarçar.
Não deu outra, todos foram punidos. Também pudera, o chefe tinha que ficar bem debaixo do sangue que estava escorrendo do pato.

E. Depetri
E-mail:depetri.depetri.edson@gmail.com