segunda-feira, 19 de abril de 2010

O TORRESMO

A crônica a seguir ocorreu durante o campeonato 1º Intersecretarias Futsal 2010, no Ginásio do Ibirapuera em 17 de abril de 2010 – sábado.

As 06h30 da matina já estavam todos presentes, jogadores, técnicos, coordenadores, etc. Sabe como é inicio de campeonato, aquela correria.
Quando foi lá pelas dez horas, os jogos bombando dentro do ginásio deu aquela fome, o único local perto era uma mistura de boteco, lanchonete e alguma coisa parecido com restaurante.
Os donos, um casal de portugueses idosos e sua filha, essa merece um capítulo a parte – ô mulher birrenta.
Quando encostamo-nos ao balcão, um amigo já tinha pedido um torresmo, que por sinal estava com uma boa aparência. Ao dar uma mordida reclamou que estava cru e o jogou fora. A portuguesinha não gostou e, ao invés de utilizar a tática de bom relacionamento como todo bom dono de boteco faz, iniciou uma discussão com uma série de argumentos de que aquele torresmo foi preparado corretamente. Chegou ao ponto de nosso amigo pegar o dito cujo do lixo e mostrar para ela com a proposta de que, se ela os fritasse novamente, compraria a bandeja inteira, que não era pouco.
Nesse ínterim apareceram dois rapazes (com uniformes de jogadores) com pedido de um misto quente e um misto frio, aí o nosso amigo não agüentou e lascou a frase:
- O misto frio não poderá ser feito porque a chapa está quente!
A portuguesinha fazendo cara de desentendida provocou risadas em todo o bar e, se na bastasse, o único empregado errou o pedido e trouxe dois mistos quentes. Foi uma gozação geral. Não deu outra, a birrenta caiu na alma do empregado e, na frente de todos, gastou todo o repertório de xingamentos, tanto os falados no Brasil como também de Portugal (tinha alguns que desconhecia).
O empregado ficou quieto, aquentou firme, os que assistiram a cena, mudos, o rapaz refez o pedido (nessa altura não comeria o sanduíche). A cabeçuda ao perceber o que fizera se voltou para o nosso amigo e começou a se justificar os motivos pelo qual tomara tal atitude (injustificáveis).
Ela falando e ele quieto, no final do discurso a dita esperando uma palavra de consolo o nosso amigo solta:
- Não quero saber, só estou esperando que você frita o torresmo!
A portuguesinha começou a mudar de cor, dava para ver a fumaça saindo pela suas ventas e, buscando a última obscenidade de seu repertório, citando a saída dos dejetos humanos misturado com a mãe, gritou:
- Você vai comer o seu torresmo no ..... .... ..........!