terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O BODE RUSSO


No inicio do século XX, na Rússia pré-revolucionária, destacava-se a Monarquia Absoluta, o Czarismo, ou seja, acentuada crise econômica, onde havia os ricos e pobres. Ai veio a Revolução Russa de 1917, com a implantação do Socialismo houve o confisco de propriedades privadas: grandes propriedades foram tomadas dos aristocratas e da Igreja Ortodoxa, para serem distribuídas entre os povos. Entre as grandes propriedades destacamos os grandes casarões.
No período da implantação do famigerado regime na Rússia, muitas famílias passaram a viver juntas num mesmo casarão. Entre outras coisas, compartilhavam o uso de banheiro e cozinha, o que gerava um enorme desconforto.
As pessoas que lá viviam procuravam o inspetor do estado para reclamar e pedir que cada qual tivesse a própria casa. Tantas foram as queixas que, num determinado dia de inverno extremamente rigoroso, o inspetor mandou colocar um bode naquela já promíscua casa. Recomendou que todo cuidado devesse ser tomado, uma vez que o animal era propriedade, como tudo naquele momento, do governo.
Bom, o bode defecava pela casa, malcheiroso como todo animal da sua espécie, e ainda comia roupas suadas, onde o sal se fazia presente. Passados algumas semanas, ninguém reclamava mais das condições da moradia, o problema agora era o bode. Então todos os moradores procuraram o inspetor do estado e, em decisão unânime, pediram a retirada do bode. O inspetor informou que iria utilizar de toda sua influência para resolver tal situação, que seria difícil e coisa e tal, porém todos deveriam ser compreensíveis e não viessem a criar mais problemas no futuro. Assim o fez e com a saída do animal, todos tiveram uma sensação de muito alívio e conforto.
Isso acontece com alguns políticos (quantos vezes não vimos isso), não podendo cumprir o prometido nos retiram uma conquista definitiva e, após algum tempo, devolvem-na como se fosse um grande mérito seu. E nós, pobres mortais, ainda ficamos devendo esse favor.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

A COR DA PELE

Outro dia, em sala de aula, ao assistir um seminário sobre adoção vi o debate descambar para o preconceito e, a partir daí, escutei absurdos como:
- ...vocês precisam entender a história da nossa raça...
É importante frisar que guando utilizamos a expressão “raça negra” estamos tomando uma posição um tanto quanto complicada, pois a tentativa de justificar raças humanas já deu muito problema num passado recente.
Lembra-se da “raça ariana” propostas pelos nazistas, a qual seria uma raça superior. Se não quisermos cair em contradição, temos que parar e analisar os fatos, senão teremos uma nova forma de neo-nazismo, diferente da já existente.
Sabe-se, e não é de hoje, que não existem diferenças suficientes no genoma humano para poder separar o homo sapiens em raças. A raça é uma só: humana! Citamos como exemplo os cães, pertencentes a uma mesma espécie (Canis Familiaris), mas entre eles as diferenças são tão marcantes que podemos separá-los em raças diferentes. O mesmo não se aplica ao Homo sapiens, visto que as diferenças residem basicamente na cor da pele e no tipo de cabelo.
Olha gente, já se passou a primeira década do século XXI, portanto precisamos parar de usar indiscriminadamente o termo “racismo” para definir uma posição preconceituosa. Em minha opinião, e respondo por ela, é importante termos conhecimento da história, aprender com ela e não cometer os mesmos erros, mas também não podemos carregar esse sentimento por toda a vida baseado na cor da pele.
Como alguém falou outro dia:
- Preconceito é crime - racismo é um erro conceitual.
Não posso deixar de prestar uma homenagem a pele humana, independente de sua cor, recobrindo a totalidade da superfície externa do corpo, é um dos maiores órgãos, atingindo 16% do peso corporal. Graças a sua resistência física e à constituição química da camada córnea que a reveste, a pele protege o organismo contra agentes físicos e químicos, assim como contra invasões de organismos nocivos.

SE CONTINUARMOS PENSANDO DO JEITO QUE MUITOS ESTÃO
SEMPRE COLOCANDO HOMEM DE COR DE PELE DIFERENTE COMO VILÃO
NÃO CHEGAREMOS A NADA SERÁ UMA PALHAÇADA
A COR DA PELE NÃO INFLUI EM NADA
SE NÓS CONTINUARMOS PENSANDO ASSIM
VAI ESTAR MUITO MAIS PRÓXIMO O NOSSO FIM
EU TE GARANTO QUE DE NADA VAI ADIANTAR
PRECISAMOS PARAR UM POUCO PARA PENSAR
NÃO ADIANTA FICAR SEMPRE PROCURANDO UM CULPADO
EU TE GARANTO QUE EXISTEM MUITO HUMANO CONSCIENTIZADO
A COR DA PELE NÃO INFLUI EM NADA
NÓS SERES HUMANOS SOMOS UMA SÓ RAÇA
SE VOCÊ TEM UM ANTEPASSADO QUE FOI ESCRAVIZADO
NÃO ME OLHE ASSIM, NÃO SOU CULPADO
TODOS TÊM QUE ESTAR DO MESMO LADO
ESCUTE IRMÃOS AS MINHAS PALAVRAS
NÃO CRITIQUEM OS OUTROS IRMÃOS
SÓ PORQUE ELES TÊM AS PELES DIFERENCIADAS
TODAS AS ETNIAS DE MÃO DADA

A COR DA PELE NÃO INFLUI EM NADA
(baseado em filosofia de rua)

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A-TE-U

1º ATO
O marido chega para a esposa e anuncia que tem uma filha fora do casamento, a mulher pensa:
- Sou moderna. Isto é mais comum do que se imagina. É o momento de mostrar a minha grandeza!
E, após meia dúzia de palavras, se abraçam e o perdoa. Que bonito!

2º ATO
A esposa chega para o marido, depois de quase 10 anos de casamento, diz que não gosta de mentira e, para ter paz na consciência, informa que ele não é o pai do filho mais velho, apesar de não suspeitar da morenice dele em relação da loirice dos demais irmãos, o homem pensa:
- Sou moderno. O que vale é o amor. Pai é quem cria!
E, após algumas palavras, se abraçam e diz que não tem nada para perdoar. Que bonito!

3º ATO
A filha chega para a família e anuncia que está com AIDS. Todos ficam assustados a princípio, mas pensam:
- Esta doença já não é mais terminal. Com os remédios adequados e tratamento dá para levar uma vida normal!
E, sem perguntar como adquiriu a doença, apesar da vida muito louca que a filha levava, toda a família se abraçam e falam que estão juntos nessa nova batalha. Que bonito!

4º ATO
O único filho, aos dezesseis anos, chega para os pais e anuncia:
- Sou GAY e quero trazer meu namorado para vocês o conhecerem!
Os pais ficam mudos, surpresos, apesar de não terem prestado atenção nas evidências, mas pensam:
- O mundo mudou. Isto nem é mais problema. O amor fala mais alto!
E, após olharem o filho com carinho, e alívio do mesmo por ter saído do armário, se abraçam reiterando o amor familiar. Que bonito!

Pois bem, tudo que foi descrito são fatos que ocorrem. Eu também tenho um anúncio a dar:
- SOU ATEU! Haá, pensou que ia falar outra coisa. Não, sou só ateu! Ué, ninguém vai me dar um abraço? Quer dizer que os atos acima todos aceitam, e ser ateu não? Também não precisam jogar merda em mim! Há, foi um pombo! Quer dizer que se não fosse ateu ele não teria cagado em mim? Que é isso gente dá um tempo!
- Querem saber quais as pessoas que já declararam ateus? Pois vou mostrar um vídeo para vocês:

sexta-feira, 4 de junho de 2010

COPA DO MUNDO 2010

''''Dia 25 de junho de 2010, sexta-feira. Jogo do Brasil e Portugal às 11 horas. Levantei na mesma hora de sempre. Tomei banho, me vesti, olhei no relógio, ainda faltam 4 horas para o inicio da partida. Como teria que estar na repartição às 14 horas, ou seja, logo após o jogo. Tomei a decisão de assistir o jogo em casa para evitar beber, só água.
''''Começa o jogo, o Brasil precisa ganhar de qualquer jeito, pois não tinha ido bem às partidas anteriores, o empate classifica Portugal.
''''Eu sozinho em casa, sem ninguém para discutir sobre o jogo e, para piorar, Portugal marca um gol aos 43 minutos feito pelo Deco, jogador brasileiro naturalizado português. Olhei para fora não tinha uma viva alma, nem cachorro estava na rua, não passava nem avião.
''''Termina o primeiro tempo, não agüentei, foi para o bar do Tachinha. Lá estava toda a galera. Churrasco rolando. Ufa, pelo menos tinha gente para discutir, xingar o Dunga e coisa e tal. Aquele nervosismo.
''''Começa o segundo tempo, aos 11 minutos o Brasil empata o jogo, gol de Kaka, foi aquela gritaria, abraços para todo lado, esqueci, peguei o copo de caipirinha que estava rolando e entornei.
''''O tempo estava passando e nada de o Brasil marcar o segundo gol, nessa hora já tinha misturado cerveja, caipirok’s, churrasco, nem lembrava mais que tinha de trabalhar depois do jogo.
''''45 minutos, o Brasil precisa ganhar e o jogo está empatado. Vejo de lado, para evitar olhar mais um ataque de Portugal e enxergo neguinho rancando as unhas com dentes, e o juiz só dá mais 2 minutos de prorrogação! Que sufoco.
''''Aos 46 minutos um escanteio a favor do Brasil, Dunga, num relâmpago de inteligência, dá uma ordem para o time, naquela altura perder por um ou por dez, tanto faz, manda todo time para ataque, até o goleiro.
''''Lucio, da defesa, vai para a cobrança do escanteio, chuta a bola, ela parece que voa uma eternidade, até pousar na cabeça do goleiro Julio Cesar, que nessa hora já tinha virado atacante, e a redonda devagarzinho entrou no gol, em seguida o juiz termina o jogo. O Brasil está classificado para as oitavas de final.
''''Todo mundo parado olhando a televisão, até digerir o que ocorreu levaram alguns segundo e depois foi pra galera. Só fui lembrar que tinha que trabalhar quando foi 11 horas da noite.

Qualquer semelhança com a realidade e mera coincidência.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

A RAÇA HUMANA E SEUS DEUSES

....É curioso como inventamos deuses e a estupidez de seus ritos. Aos que ainda duvida das extravagâncias possíveis das religiões em matéria de suportes, lembremos a dança da urina entre os zunis do Novo México, a confecção de amuletos com excrementos do grande lama do Tibet, a bosta e a urina da vaca para abluções de purificação entre os hinduístas, o culto de Stercorius, Crepitus e Cloacine entre os romanos – respectivamente divindades dos lixos, do peido e dos esgotos – as oferendas de extrume feitas a Siva, Vênus assíria, o consumo dos próprios excrementos por Suchiquecal, deusa mexicana mãe dos deuses, determinada prescrição divina, de utilizar matérias fecais humanas para cozer alimentos, no livro de Ezequiel e outros meios impenetráveis ou maneiras singulares de manter uma relação com o divino e o sagrado. Isto é só para começar.
....Vamos nos situar ao deus romano CREPITUS. Há dois mil anos atrás os romanos dominavam o mundo antigo. A tática que aplicavam era invadir, dominar, mas respeitar os costumes e religiosidades locais, sendo que se alimentavam do que tinham em cada local (até penso que Maquiavel ao escrever O Príncipe se baseou nos procedimentos romanos). Como tinham que se adaptar a certos alimentos, pois provocava flatulência, ou seja, o bom e velho peido, inventaram um deus para ele – CRIPITUS.
....Portanto, ao invés de citar a aleluia, como algumas religiões o fazem, os romanos peidavam respeitosamente em homenagem a seu deus CRIPITUS.
....Anos 70 dC, os romanos tinham invadido Jerusalém, porém, como a prática assim o exigia, não interferiram na religiosidade local. Em contrapartida e política os Judeus convidaram os soldados romanos a irem a seu Templo. Quando lá estavam, os romanos abriram uma exceção e homenagearam o deus dos judeus como fosse o seu próprio da única maneira que conheciam e respeitosamente, soltaram aquele pum, ou seja, peidaram.
....Provocou a revolta que resultou na destruição de Jerusalém em 70 dC? Sabemos que os judeus se rebelaram por piedade religiosa, mas nunca consideramos a hipótese de que os próprios romanos estavam a defender a honra de seu deus do peido quando devastaram a Judéia. Os intolerantes filhos do Deus único não admitiam que CREPITUS fosse reverenciado pelos romanos dentro do Templo. O resultado não poderia ser mais danoso. Ao final da revolta a casa do Deus judaico foi demolida. Prova que Crepitos era mais poderoso que o dono dela?
....Vimos que os romanos tinham razões para considerar os judeus ateus porque não admitiram que CREPITUS fosse reverenciado no Templo. Os judeus, por sua vez, certamente julgaram os romanos impiedosos (ou seja, ateus) justamente porque os soldados peidaram na casa do Deus judaico. O motivo da guerra que foi registrada pelo historiador Flávio Josefo não foi o peido, mas a conseqüência política da interpretação religiosa do mesmo pelos contendores. Portanto, se judeus e romanos fossem realmente ateus, Jerusalém não teria sido destruída em 70 dC e a moderna questão árabe/israelense provavelmente não existiria.




baseado no livro de Michel Onfray.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

O TORRESMO

A crônica a seguir ocorreu durante o campeonato 1º Intersecretarias Futsal 2010, no Ginásio do Ibirapuera em 17 de abril de 2010 – sábado.

As 06h30 da matina já estavam todos presentes, jogadores, técnicos, coordenadores, etc. Sabe como é inicio de campeonato, aquela correria.
Quando foi lá pelas dez horas, os jogos bombando dentro do ginásio deu aquela fome, o único local perto era uma mistura de boteco, lanchonete e alguma coisa parecido com restaurante.
Os donos, um casal de portugueses idosos e sua filha, essa merece um capítulo a parte – ô mulher birrenta.
Quando encostamo-nos ao balcão, um amigo já tinha pedido um torresmo, que por sinal estava com uma boa aparência. Ao dar uma mordida reclamou que estava cru e o jogou fora. A portuguesinha não gostou e, ao invés de utilizar a tática de bom relacionamento como todo bom dono de boteco faz, iniciou uma discussão com uma série de argumentos de que aquele torresmo foi preparado corretamente. Chegou ao ponto de nosso amigo pegar o dito cujo do lixo e mostrar para ela com a proposta de que, se ela os fritasse novamente, compraria a bandeja inteira, que não era pouco.
Nesse ínterim apareceram dois rapazes (com uniformes de jogadores) com pedido de um misto quente e um misto frio, aí o nosso amigo não agüentou e lascou a frase:
- O misto frio não poderá ser feito porque a chapa está quente!
A portuguesinha fazendo cara de desentendida provocou risadas em todo o bar e, se na bastasse, o único empregado errou o pedido e trouxe dois mistos quentes. Foi uma gozação geral. Não deu outra, a birrenta caiu na alma do empregado e, na frente de todos, gastou todo o repertório de xingamentos, tanto os falados no Brasil como também de Portugal (tinha alguns que desconhecia).
O empregado ficou quieto, aquentou firme, os que assistiram a cena, mudos, o rapaz refez o pedido (nessa altura não comeria o sanduíche). A cabeçuda ao perceber o que fizera se voltou para o nosso amigo e começou a se justificar os motivos pelo qual tomara tal atitude (injustificáveis).
Ela falando e ele quieto, no final do discurso a dita esperando uma palavra de consolo o nosso amigo solta:
- Não quero saber, só estou esperando que você frita o torresmo!
A portuguesinha começou a mudar de cor, dava para ver a fumaça saindo pela suas ventas e, buscando a última obscenidade de seu repertório, citando a saída dos dejetos humanos misturado com a mãe, gritou:
- Você vai comer o seu torresmo no ..... .... ..........!

terça-feira, 30 de março de 2010

O CABO ELEITORAL

- Com licença, posso entrar?
- Pois não!
Entrou, sentou em frente a minha mesa e foi logo dizendo que era cabo eleitoral de um deputado federal, citando o nome e sobrenome do mesmo.
Espantei-me, não sabia que tinha um homônimo de tal importância. Mas, por via das dúvidas, pedi que aguardasse um instante e fui à outra sala e, via telefone, entrei em contato com um amigo, com muita influência no meio político, que poderia me informar se havia o tal deputado com o mesmo nome e sobrenome do qual fui registrado.
Após a pesquisa, e ser informado que não havia nem vereador de cidade pequena com a grandiosidade desse nome (?), voltei para minha sala. Pedi um café para dois e, enquanto saboreávamos aquele pretinho, fresquinho, passado no saco, me ajeitei na cadeira, pois sabia que aquela conversa seria muito interessante e perguntei ao dito cujo:
- Qual era seu objetivo?
Começou falando de um projeto – por sinal, muito faraônico – e que ele e o nobre deputado pretendia implantar naquele determinado Parque.
Falou também das qualidades do referido deputado, de tal maneira que comecei a sentir um formigamento na cabeça.
Eu, que raramente sou elogiado, quando muito, escuto:
- É... seu trabalho ficou bonitinho!
Mas, como num filme de terror, entra um companheiro de trabalho e se dirige a mim pelo sobrenome do qual sou mais conhecido.
Ao escutar, o sujeito vira uma estátua e, de repente se levanta da cadeira, faz uma volta de 180º no calcanhar e, rapidamente, foi embora, sem olhar para traz.
- Que pena, nunca mais vi o meu cabo eleitoral!

quarta-feira, 17 de março de 2010

Ô MEU

Ô MEU é o apelido dele. Desse jeito mesmo, com chapeuzinho no “O” e separado, imitando o sotaque paulista que tanto os cariocas gostam de fazer.
Ô MEU é carioca de nascimento e paulista de coração. O apelido pegou de tanto ele chamar as pessoas desse jeito - “ô meu...”
Ô MEU é um sujeito de bom papo, sendo um grande freqüentador de boteco, tem muitos amigos.
Se a conversa for de política ele manja, de futebol também, em velório faz a festa, casamento, só no salão, se deixar ir à igreja reza a missa no lugar do padre.
Aonde ele chega faz amizade rápido. Lembro que um amigo em comum ficou hospitalizado durante uma semana e Ô MEU foi visitá-lo todos os dias.
Numa dessas visitas o acompanhamos e, na hora de ir embora, Ô MEU fez a gente parar em alguns botecos próximo ao hospital e não é que conhecia quase todos os freqüentadores, sem falar que já tinha conta em todos eles.
Pois é, esse é o Ô MEU, só tem um defeito, quando começa a beber na sabe parar.
Uma vez ou outra sua mulher liga para seus amigos, preocupada, pois sendo de madrugada ainda não chegou em casa.
Uma de essas vezes sairmos à procura do mesmo, nos dividimos em duplas para facilitar a busca, até que alguém ligou no celular avisando da sua localização. Dirigimo-nos ao local, as cinco da matina e Ô MEU ainda mamado.
Várias vezes tentamos convencê-lo a entrar no carro, mas dizia, com a língua ainda presa, que só iria junto com seu amigo Magrão, que o tinha escutado a noite toda.
Dizia que esse seu novo amigo não falava, mas era um grande ouvinte, portanto, só iria embora se levasse o Magrão também.
Foi aí que alguém gritou:
- Ô MEU, larga esse poste e vamos embora!
Com muito custo, conseguimos levá-lo para casa.
Uma vez ou outra, ao passarmos perto daquele poste, alguém sempre pergunta:
- E aí Ô MEU, você não vai cumprimentar seu amigo Magrão?

sexta-feira, 5 de março de 2010

HOMENAGEM AO DIA DAS MULHERES

QUANDO AS MULHERES DOMINAREM O MUNDO

Conversa entre pai e filho, por volta do ano de 2031, sobre como as mulheres dominaram o mundo.
- Foi assim que tudo aconteceu, meu filho... Elas planejaram o negócio discretamente, para que não notássemos. Primeiro elas pediram igualdade entre os sexos. Os homens, bobos, nem deram muita bola para isso na ocasião.
Parecia brincadeira. Pouco a pouco, elas conquistaram cargos estratégicos: Diretoras de Orçamento, empresárias, Chefes de Gabinete, Gerentes disso ou daquilo.
- E aí, papai?
- Ah, os homens foram muito ingênuos. Enquanto elas conversavam ao telefone durante horas a fio, eles pensavam que o assunto fosse telenovela... Triste engano. De fato, era a rebelião se expandindo nos inocentes intervalos comerciais. Oi querida!, Por exemplo, era a senha que identificava as líderes. Celulite eram as células que formavam a organização. Quando queriam se referir aos maridos, diziam O regime.
- E vocês? Não perceberam nada?
- Ficávamos jogando futebol no clube, despreocupados.

E o que é pior: continuávamos a ajudá-las quando pediam. Carregar malas no aeroporto, consertar torneira, abrir potes de azeitona, ceder a vez nos naufrágios.
Essas coisas de homem.
- Aí, veio o golpe mundial !?
- Sim o golpe. O estopim foi o episódio Hillary-Mônica. Uma farsa.

Tudo armado para desmoralizar o homem mais poderoso do mundo. Pegaram-no pelo ponto fraco, coitado. Já lhe contei, né? A esposa e a amante, que na TV posavam de rivais eram, no fundo, cúmplices de uma trama diabólica.
Pobre Presidente...
- Como era mesmo o nome dele?
- William, acho. Tinha um apelido, mas esqueci...
Desculpe, filho, já faz tanto tempo...
- Tudo bem, papai. Não tem importância.
- Naquela manha a Casa Branca apareceu pintada de cor-de-rosa. Era o sinal que as mulheres do mundo inteiro aguardavam.
A rebelião tinha sido vitoriosa! Então elas assumiram o poder em todo o planeta. Aquela torre do relógio em Londres chamava-se Big-Ben, e não Big-Betty, como agora...
Só os homens disputavam a Copa do Mundo, sabia? Dia de desfile de moda não era feriado. Essa Secretária Geral da ONU era uma simples cantora.
Depois trocou o nome, de Madonna para Mandona.
- Pai, conta mais...
- Bem filho... O resto você já sabe. Instituíram o Robô Troca-Pneu como equipamento obrigatório de todos os carros... A Lei do Já-Pra-Casa, proibindo os homens de tomar cerveja depois do trabalho...
E, é claro, a famigerada semana da TPM, uma vez por mês...
- TPM ???
- Sim, TPM... A Temporada Provável de Mísseis... É quando elas ficam irritadíssimas e o mundo corre perigo de confronto nuclear....
- Sinto um frio na barriga só de pensar, pai...

- Sssshhh! Escutei barulho de carro chegando. Disfarça e continua picando essas batatas...

Luiz Fernando Veríssimo

terça-feira, 2 de março de 2010

F L A G R A N T E

De repente alguém bateu na porta, rápido, vestiu a roupa e mandou a dita se esconder. Abriu a porta, era a matriz.
Mô, já que você vai fazer serão no trabalho, vim ver se precisa de alguma coisa!
Mas, ao olhar o safado percebeu que havia alguma coisa errado, saiu e, logo em seguida, voltou com as quatro irmãs, 15 sobrinhos, resumindo, tinha até cachorro, fora os paus de vassouras.
Nesse tempo a filial percebeu que iria dançar, não deu outra, se enfiou numa prateleira onde são colocados canos de plástico, deitada, apertada e a ponta dos pés para fora, como o gênio da garrafa.
Procura daqui, procura dali, e o anjo do marido com uma cara de quem não estava entendendo nada.
O cão começou a latir, todo mundo correu para aquela prateleira e viram uns dedos malcheirosos.
Agarraram aquele pé e o puxaram e, como um passe de mágica, apareceu àquilo vestida como veio ao mundo, que de gênio não tinha nada.
Foi paulada, puxão de cabelo, orelha, latido de cão e pena para todo lado até que a dita saiu correndo de calçola e roupa na mão.
Depois que todos foram embora, o desavergonhado ficou pensando como foi dar essa bandeira e, ao olhar para baixo, caiu a ficha, na pressa tinha vestido a cueca por cima da calça.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

A BATERIA

A crônica a seguir quem contou foi o meu mais recente amigo João.
Antes de começar a propriamente dita, preciso contar quem é o João.
Imagina o Jõ Soares a 30 anos atrás com aquele sotaque gostoso do interior – esse é o João.
1.º dia da aula de criatividade na FUNDAP, só fera, e esse...(não quero ofender nenhum animal) que escreve essas linhas, no meio deles. Chega o João com a simplicidade de que lhe é peculiar – pensei – pelo menos alguém igual a mim. Leigo engano, funcionário da Secretaria de Transportes e professor de informática. Ainda bem, pois me ajudou muito. Quando soube que escrevia crônicas, fez questão de contar a sua.
Portanto, João abaixo vai a sua história, espero que você gosta e se manifesta, um abraço.


A BATERIA

João, guando jovem e como a maioria dos adolescentes, sonhava em montar um conjunto musical. Com dificuldade comprou uma bateria (não de cozinha, musical, claro), juntou alguns amigos e começou a ensaiar. Tinha um trabalhão, pois desmontava a dita cuja, colocava na Brasília (não sei se era amarela) de sua mãe, depois de vários quilômetros, montava-a, ensaiava e o mesmo sacrifício para ir embora.
Depois de um ano, o conjunto bem ensaiado guando João percebeu que só sabiam tocar uma canção. Aí fez o seguinte cálculo: um ano = uma musica, precisavam de, pelo menos, 10 melodias para começarem a se apresentarem, portanto 10 músicas = 10 anos. Desistiu, pegou a bateria e a esqueceu em cima do guarda-roupa.
Algum tempo depois, um amigo de seu irmão (que vamos chamar de Zezito, filho de Dona Candinha) entusiasmado com a bateria, interessou em comprá-la. Perguntado se queria vender, João, para se livrar daquele estorvo e como era amigo de seu irmão, pediu um preço simbólico, 20 reais, isso mesmo, vintão.
Zezito correu, pegou um cheque com sua mãe com a seguinte recomendação:
- Para depositar o cheque dali a 30 dias.
Qual foi sua reação... poxa, estava dando a bateria pela bagatela de vinte reais, teria que receber em forma de cheque e ainda depositar depois de 30 dias!
É lógico que desistiu do grande negócio em questão, colocou a dita cuja de volta em cima do guarda-roupa e ponto.
Passado algum tempo, João que já estava noivo, resolveu se enforcar, isto é, casar. No dia do casório, nosso herói pediu para o Tónho (esse é o nome que iremos dar a esse personagem) tocar uma determinada música que adorava (João, peço desculpas, mas não me lembro do nome). Tonho fez uma brincadeira, disse que não sabia, porém no momento exato tocou a melodia deixando-o emocionado.
Casado, foi morar em outro lugar e, periodicamente, visitava sua mãe, sendo que em uma dessas vezes ela reclamou daquela bateria, pois ocupava muito espaço. Foi aí que João se lembrou do amigo Tónho, lembra, que fez a gentileza de tocar a sua música preferida no casório?
Ligou para ele e ofereceu, gratuitamente, a bateria, naturalmente o amigo gostou do presentão e o nosso personagem se livrou do incomodo.
O tempo foi passando, e um dia nosso amigo encontra com Tónho, pergunta sobre a bateria.
Incomodado, Tónho contou que estava precisando capitalizar-se (ou seja, de dinheiro) então a vendeu. João perguntou se tinha conseguido um bom preço sendo informado que vendeu por 800 reais no “Kech” (em dinheiro e no ato).
João ficou contente e perguntou se conhecia a pessoa que tinha comprado a bateria.
-Ah, foi o Zezito filho da Dona Candinha!

Dá para escutar o barulho do tombo do João.

ABRAÇOS

ABRAÇOS

Um abraço para a turma de pós-graduação da Universidade Nove de Julho, em especial aos das Políticas Públicas.
“A Uninove é dez” (quem sabe me contratam como professor)

Outro abraço para o pessoal da FUNDAP, principalmente ao mestre Álvaro Gregório que, com calma, sabedoria e conhecimento sabe administrar as aulas de criatividade.

E, por último, um abraço para os meus amigos do DAEE, principalmente aos do Parque Ecológico do Tietê

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O Chefe

O Chefe estava percebendo que os patos daquele determinado Parque estavam sumindo dos lagos. Imaginou que os culpados poderiam ser a galera do alojamento, e deu um aviso expresso:
- Quem for pego praticando o ato será punido de acordo com o rigor da lei!
Sexta feira a tarde, quando todos estavam preparados para irem embora, foram avisados que deveriam trabalhar até o meio dia do sábados.
Chateados, saíram para os botecos da região. Só tinham dinheiro para alguma água-que-gato-não-bebe.
As 5 da matina voltavam para o alojamento com uma baita fome e, ao passarem pelo lago já agarraram um pato e o degolaram.
Logo em seguida perceberam que o carro do chefe estava no estacionamento e eles com aquele pato escorrendo sangue.
Correram para os barracos, arrumaram uma corda, amarraram os pés do pato, jogaram a corda para cima de um galho de uma árvore e puxaram o palmípede.
Quase não deu tempo, pois o chefe, que já havia visto o rastro do sangue, veio para cima da peãozada.
Enfileirou-os lateralmente e começou a berrar, sendo que cada vez que gritava, o seu rosto ficava mais manchado de vermelho, e todos olhavam e abaixavam a cabeça com um sorriso que não dava para disfarçar.
Não deu outra, todos foram punidos. Também pudera, o chefe tinha que ficar bem debaixo do sangue que estava escorrendo do pato.

E. Depetri
E-mail:depetri.depetri.edson@gmail.com